
CONHECE-TE A TI MESMO …
Foi em Delfos, há aproximadamente 2.500 anos, que a pitonisa do templo do deus Apolo disse que Sócrates era a pessoa mais sábia no mundo.
Autoconhecimento
Desenvolvimento humano
Ampliação das perspectivas e dos recursos diante dos desafios naturais da existência
Foi em Delfos, há aproximadamente 2.500 anos, que a pitonisa do templo do deus Apolo disse que Sócrates era a pessoa mais sábia no mundo.
O aumento de afastamentos acidentários por transtornos mentais no trabalho[1] (111% na comparação de 2021/2022) tem preocupado muito uma grande parte das empresas e, evidentemente, tem
Ao reler alguns trechos do livro “As confissões” de Aurélio Agostinho, então bispo de Hipona, me deparei com uma frase que me chamou a atenção.
A Psicologia Analítica engloba todo o arcabouço teórico criado por Carl Gustav Jung, um trabalho denso e essencial para a compreensão da mente humana. Muitos dos temas desenvolvidos por Jung brotaram de suas próprias experiências pessoais. O psiquiatra suíço vivenciou constantemente sonhos marcantes e a visão de imagens mitológicas e espirituais, passando então a nutrir um grande interesse por mitos, sonhos e religiões, do ponto de vista psicológico. Ele também experimentou a ocorrência de manifestações parapsicológicas, o que suscitava em sua inteligência questionamentos cada vez mais frequentes. Jung buscou inspiração para o desenvolvimento de seu pensamento nas esferas da Alquimia, da Mitologia, nos povos ancestrais da Ásia, África e nos indígenas da tribo dos Pueblos, dos Estados Unidos. Também foi muito influenciado pela filosofia e pela religião orientais, principalmente a indiana, e pelo I Ching. Segundo Jung, o homem deveria ser analisado em sua integridade, na sua vida em comunidade, nunca isolado do contexto sociocultural e universal.
O inconsciente, na teoria junguiana, não pode ser meramente descrito como um conjunto de memórias legadas pelos ancestrais, mas sim de tendências inatas para a disposição da psique. Ou seja, este oceano da mente humana já existe ‘a priori’ – antes de tudo, no início, uma expressão tipicamente kantiana -, o homem é concebido já com o inconsciente, que como um arquivo perpetuado ao longo do tempo traz em si, potencialmente, toda produção mental legada pelos ancestrais. Assim, pode-se afirmar que ele é anterior à consciência, um pequeno ponto na vastidão do universo da inconsciência. Mas o inconsciente não apenas recebe conteúdos elaborados em tempos distantes, ele também produz seus próprios temas, rearranja os que herdou e trabalha em conjunto com o consciente. Nesse sentido, Jung divide o Inconsciente em Pessoal e Coletivo. O Inconsciente Pessoal ou Individual quase se confunde com o espaço da consciência, pois suas fronteiras são bem tênues, ele é um estrato temático mais superficial, semelhante ao de Freud, porque contém elementos que por algum motivo foram ali reprimidos.
Nele também se encontram percepções que não foram percebidas pela consciência e memórias que esta esfera não deseja para si o tempo todo. Aqui estão igualmente os complexos – tema desenvolvido por Jung e depois adaptado por Freud –, elementos que, desconectados da consciência, refugiam-se no inconsciente, mas continuam a exercer influência sobre o comportamento humano, tanto negativa quanto positiva, ao incentivar o exercício do potencial criativo do ser. Jung lida com os complexos por meio do exame das personas – papéis sociais desempenhados pelos indivíduos, as famosas máscaras que todos desenvolvem no processo de interação social. O Inconsciente Coletivo – revelação essencial de Jung – é a esfera mais íntima e recôndita da psique humana. Nela se encontram vestígios das ações naturais da mente, impressas como representações potenciais, ou seja, automatismos desenvolvidos pela psique ao longo de milênios. Estes traços são compartilhados por toda a humanidade e estão ao alcance de cada um, preparados para se tornarem concretos através da ação humana.
Neste estrato psíquico todos são iguais, diferenciando-se depois por meio da experiência pessoal, na qual o homem realiza escolhas e assim atualiza uma ou outra tendência inata, o que se processa no nível do Inconsciente Pessoal. Os arquétipos, para Jung, são justamente os automatismos desenvolvidos pela psique, estes traços do Inconsciente Coletivo. Cada um deles corresponde a uma circunstância apresentada pela vida, recepcionada pela mente como um desafio a ser conquistado e transformado em conhecimento, através da repetição exaustiva da experiência, então automatizada em nossa organização psíquica, no início mais como disposição formal do que como conteúdo, simbolizando tão somente possibilidades, dentre as quais o homem posteriormente escolherá a que se tornará real. Eles se traduzem em imagens primitivas, estreitamente relacionadas à criação da nossa espécie, são embriões das características humanas, latentes em cada ser. Segundo Jung, é em volta do centro de um arquétipo que se agrupam os complexos que têm em comum uma carga emocional semelhante.
A teoria junguiana é muito vasta, e aqui estão delineados os conceitos principais. Mas há outros igualmente importantes, como o processo de Individuação – processo através do qual o ser evolui de um estado de identificação profunda com o ambiente à sua volta, para outro de sintonia com o Si-mesmo, o centro de sua personalidade individual, de onde brota toda a energia inata da mente -, objetivo máximo da psique humana; Eu ou ego – centro da Consciência, simboliza os impulsos inferiores da personalidade; Sombra – a parte mais sombria do homem, legada, segundo Jung, das formas mais primitivas de vida; Sigízia, ou arquétipo da alteridade – diz respeito à oposição entre masculino e feminino na mente, constituindo uma elaboração voluntária do inconsciente -, o ‘animus’ corresponde à face masculina da mulher, enquanto a ‘anima’ refere-se ao lado feminino do homem; os Tipos Psicológicos, ou seja, a Personalidade.
A terapia de abordagem fenomenológica-existencial tem sua estrutura baseada em duas importantes escolas do pensamento que influenciaram profundamente as práticas de muitas ciências, em especial da psicologia e da medicina: A fenomenologia e o existencialismo. Estas filosofias ganham força em meados do século passado e trazem uma nova a visão do ser humano na sua interação com os desafios que o mundo apresenta.
A fenomenologia tem como seus principais precursores Edmund Husserl, Martin Heidegger e Maurice Merleau-Ponty, e sua preocupação central é “voltar às coisas mesmas”, livrando-se de conceitos preconcebidos ao fazer a descrição da realidade. Para a fenomenologia não há uma realidade objetiva que seja compartilhada por todos os seres humanos, portanto, seu método propõe estudar a maneira como o conhecimento do mundo se dá para cada pessoa.
Para muitos a construção do pensamento existencialista teve início com Sören Kierkegaard, mas foi Jean Paul Sartre, muito influenciado pelas ideias de Husserl e Heidegger, um dos seus maiores difusores. Ao afirmar que a existência precede e governa a essência, Sartre define uma das bases fundamentais do existencialismo: o ser humano não vem pré-configurado para viver sua vida, mas vai construindo a si mesmo e o mundo a sua volta à medida que existe. Outras referências do existencialismo são Friedrich Nietzsche, Simone de Beauvoir, Karl Jaspers, Albert Camus, Fiódor Dostoiévski, dentre outros.
A psicologia dentro de uma perspectiva fenomenológica-existencial olha para a existência concreta do ser humano, evitando concepções exclusivamente teóricas que são muitas vezes abstratas e distantes da realidade do paciente. Pode-se dizer que é humanista e experiencial, ou seja, entende que as pessoas experimentam o mundo de forma diferente e única. O paciente não é visto a partir de rótulos que o reduzem a pulsões e mecanismos psíquicos, mas como uma pessoa que precisa ampliar seus entendimentos, aprendendo com a angústia que está atrelada à busca de um significado para a sua existência.
Quando o ser humano não consegue compreender e lidar com as incertezas, os medos, a ansiedade, a responsabilidade, a culpa, a liberdade, a finitude, a angústia dentre outros sentimentos relacionados aos desafios intrínsecos da sua existência, pode desenvolver alternativas neuróticas que levam à manifestação de transtornos cujos conjuntos de sintomas levam a diagnósticos de depressão, transtornos fóbicos, transtorno do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade generalizada, etc. O objetivo da terapia fenomenológico-existencial é a construção conjunta de um ambiente de reflexões que possibilitem ao paciente o acolhimento de sua condição humana e a construção de uma existência autêntica e única.
A Logoterapia de Viktor Emil Frankl também é uma análise existencial (Existenzanalyse). Ela é referida por muitos autores como a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia (a psicanálise de Freud e a psicologia individual de Adler são as outras duas). Logos quer dizer “sentido” e a logoterapia, de fato, entende como a principal força motivadora do ser humano a sua “vontade de sentido”.
Cada vez mais pessoas se queixam de uma sensação de vazio que Frankl chamou de “vácuo existencial”. Este vazio é resultado da frustração da vontade de sentido e pode resultar em uma neurose, “noogênica”, em contraste com a neurose convencional, ou psicogênica. Nesses casos, a Logoterapia é um método particularmente eficaz. Além disso, ela também se presta ao tratamento de casos obsessivo-compulsivos e fóbicos nos quais a ansiedade antecipatória se estabeleceu num círculo vicioso: um sintoma evoca uma fobia, a fobia provoca faz sintoma reaparecer, e o reaparecimento do sintoma reforça a fobia.
Identificar o Sentido da Vida, que é um dos objetivos da Logoterapia, não é algo que se possa fazer em termos genéricos. Isto porque o sentido da vida difere de pessoa para pessoa, de um dia para outro, de uma hora para outra. O que importa, por conseguinte, não é o sentido da vida de um modo geral, mas antes o sentido específico da vida de uma pessoa em um dado momento. Formular esta questão em termos gerais seria comparável a perguntar a um campeão de xadrez: “Diga-me, mestre, qual o melhor lance do mundo?” Simplesmente não existe algo como o melhor lance separado de uma situação específica num jogo e da personalidade peculiar do adversário. O mesmo é válido para a existência humana. Não se deve procurar um sentido abstrato da vida. Cada qual tem sua própria vocação ou missão específica na vida; cada um precisa executar uma tarefa, concreta que está a exigir cumprimento. Nisto a pessoa não pode ser substituída, nem pode sua vida ser repetida. Assim a tarefa de cada um é tão singular como a sua oportunidade específica de levá-la a cabo.
A Logoterapia procura criar no cliente uma consciência plena de sua própria responsabilidade; por isso precisa deixar que ele opte pelo que, perante que ou
perante quem ele se julga responsável. Eis que um logoterapeuta não irá impor julgamentos de valores a um cliente, porque jamais permitirá ao mesmo que transfira ao terapeuta a responsabilidade de julgar. Por isso é o cliente quem decide se deve interpretar a tarefa de sua vida como pessoa responsável perante a sociedade ou perante a sua própria consciência.
Ao declarar que o ser humano é uma criatura responsável e precisa realizar o sentido potencial de sua vida, Frankl quer salientar que o verdadeiro sentido da vida se
encontra no mundo, e não dentro da pessoa humana ou de sua psique, como se fosse um sistema fechado. Por isso, o verdadeiro alvo da existência humana não pode ser encontrado no que se chama de autorrealização. Existência humana é, por essência, autotranscendência, e não autorrealização. Autorrealização, a priori,
não é um alvo possível, pela simples razão de que, quanto mais uma pessoa a buscar, menos ela a alcançará. Pois apenas na medida em que a pessoa se consagra ao cumprimento do sentido de sua vida ela também se realiza a si mesma.
Em outras palavras, a autorrealização não pode ser conseguida caso dela se fizer um fim em si mesmo, ela é alcançada apenas como efeito colateral da autotranscendência.
A Psicanálise, teoria e método desenvolvidos por Sigmund Freud, almeja que o cliente perceba que os sintomas que está sentindo atualmente são causados por um conflito não resolvido do seu passado e que está reprimido no seu inconsciente. No processo de terapia espera-se que o cliente tenha insights que o permita entender suas reações de outra perspectiva. O resultado esperado é que os conflitos se dissolvam e que defesas sejam desativadas para que, assim, os sintomas desapareçam.
Com a psicanálise espera-se que as pessoas aumentem o conhecimento de si mesmas e superem seus conflitos internos para que tenham um funcionamento mais adaptado, uma forma mais satisfatória de enfrentar seus problemas e interagir com outras pessoas.
A teoria psicodinâmica de Freud considera que a pessoa é um ser em permanente conflito, arrastado por forças —os impulsos— que ela deve controlar. Existem dois impulsos básicos que ele propõe em sua última formulação: a) eros, que são as forças da vida e que inclui —mas não é só isso— desejo sexual (libido); e b) thanatos, que engloba tudo relacionado aos instintos de morte, agressão e competição. Ambos são forças complementares que impulsionam o corpo a agir para liberar a tensão que geram.
As ideias precursoras de Freud deram origem a diversas escolas psicanalíticas, como a de Jacques Lacan, Donald Woods Winnicott, Otto Rank, Melanie Klein, Sándor Ferenczi dentre outros. Para saber mais sobre outras abordagens faça o download do nosso manual de abordagens de psicoterapia.
Uma das premissas básicas da Gestalt é que as pessoas são um todo indivisível e o todo não pode ser explicado pela soma das partes (sensações, emoções, cognição, espiritualidade). Também somos um todo em interação com o ambiente e os comportamentos humanos não podem ser entendidos sem a referência do contexto em que atua.
Este todo indivisível é essencialmente um organismo biológico que, como tal, necessita de satisfazer suas necessidades básicas (comida, abrigo, sexo, amor) por meio do que Fritz Perls chamou de ajuste criativo ao ambiente. Satisfazer as necessidades foi relativamente fácil quando os humanos viviam uma vida simples, em contato com o natureza e ouvindo as informações vindas do nosso corpo (sensações, emoções), mas então construímos uma sociedade e estabelecemos padrões. A cultura aumenta nossa chance de sobreviver como espécie, mas restringe os indivíduos.
A patologia é a consequência da incapacidade de se adaptar ao meio ambiente. A pesso não pode formar figuras claras em contato com o “aqui e agora” da experiência. Este processo de desenvolvimento natural do ser humano, baseado em ciclos de contato-retirada, tem sido bloqueado porque algum tipo de barreira pessoal impede a satisfação das necessidades.
Essas barreiras são produtos da aprendizagem precoce, em ambientes empobrecidos, que determinam a maneira pela qual as pessoas “contatam” com seu ambiente. Por exemplo, os neuróticos não querem arriscar o contato com o mundo exterior e se fecham si mesmos, impedindo que seus sentidos lhes forneçam as informações de que precisam para a autorregulação. A resposta neurótica substitui a autorregulação do organismo e os sintomas aparecem.
O objetivo final da psicoterapia é buscar as partes perdidas, encontrando as formas de ser das quais desistimos. Para isso, o terapeuta procura apontar ao paciente durante as sessões todas as informações que são «fundo» —como emoções, gestos, sensações, silêncios, resistência ao contato—para ajudá-lo a criar uma nova consciência que lhe permite formar novas “figuras”.
Psicólogo, pós-graduado em comunicação empresarial e comunicação de marketing pela ESPM, MBA com ênfase em gestão de pessoas pela FIA-USP, autodidata em psicodinâmica do trabalho, terapeuta com abordagem fenomenológico-existencial e logoterapia, Terapeuta em EMDR e Master practitioner em PNL, life & executive coach com certificação internacional pelo ICF – International Coach Federation.
Psicoterapeuta com prática clínica de mais de oito anos e experiência corporativa em cargos de alta gestão de grandes empresas de capital nacional e multinacional nos segmentos de bens de consumo, varejo e serviços, desempenhando as funções de diretor de recursos humanos, franchising, operações e diretor geral.
Psicóloga com abordagem em psicologia analítica, análise transacional e EMDR, cursando formação de analistas junguianos pela Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, life & executive coach, com vários cursos de atualização na área organizacional e de saúde mental, tais como formação de consultores pela ADIGO, gestão do conhecimento pela FDG – Fundação Dom Cabral, clínica psiquiátrica na USP, fundamentos da psicologia analítica na SBPA e psicologia simbólica junguiana com Carlos Amadeu Botelho Byington.
Psicoterapeuta com prática clínica de mais de onze anos e atuação como executiva de gestão de pessoas por quase vinte anos em empresas de capital nacional e multinacional no mercado financeiro, de serviços e marketing de relacionamento.